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como se a literatura nunca tivesse existido

como se a literatura nunca tivesse existido 


A primeira vez que vi essa frase foi na peça “não sobre o amor”

do Felipe Hirsch.

O personagem da peça, um escritor russo, trocava cartas com a

sua amada e no prefácio da peça somos informados da sua

constatação: "todas as palavras boas estão pálidas de exaustão.

Flores, lua, olhos, lábios. Eu gostaria de escrever como se a

literatura nunca tivesse existido."

 

A segunda vez que vi a frase foi ao ler a edição brasileira de

Folhas de Relva, do poeta americano Walt Whitman. No posfácio

há um texto sobre a vida do poeta e a citação de um de seus

biógrafos, Paul Zweig: “O gênio Whitman estava na sua

capacidade de escrever como se a literatura nunca tivesse

existido.”

 

Aqui tentei traduzir – ou inversar – essa idéia em imagem.

Uma literatura inexistente, ou impenetrável.
Ao avesso. No espaço, mas inacessível.
Em branco: um dizer que nos conta pelo silêncio: uma ausência.

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